SOM

domingo, 21 de outubro de 2012

MITOLOGIA PORTUGUESA



A mitologia portuguesa é herdeira de um caldeirão de povos e culturas, com mitologias bastante diversas entre si, que deixaram um fértil legado imaginário.

A mitologia portuguesa engloba o conjunto de narrativas maravilhosas e lendas sobre personagens e suas façanhas, fenómenos naturais e objectos extraordinários ou regiões fantásticas, com características sobrenaturais, transmitidas de geração em geração, no decorrer dos séculos, tanto no campo literário como no da tradição oral.

A mitologia portuguesa tem como base a mitologia dos povos autóctones da Lusitânia pé-romana, legado este que não sobreviveu à conversão para o cristianismo, no entanto é possível que alguns elementos tenham sido preservados, e cristalizados, nos contos e tradições populares. A Mitologia lusitana que nos chega sob a forma de testemunhos esculpidos na pedra, revela a existência de uma miríade de divindades das quais se destacam Atégina, Bandua e Endovélico.

Após a conquista romana da península Ibérica e subsequente romanização, fruto de um lento processo de aculturação mais evidente a partir do século II d.c, os nomes das divindades indígenas são frequentemente latinizados pela sua similitude fonética ou simplesmente associados, pela similitude das funções e qualidades, aos deuses greco-romanos como por exemplo se verifica com o Ares Lusitani ou o Mars Cariocecus. O culto dos deuses romanos foi divulgado, principalmente, pelos burocratas da administração central e pelos militares. No entanto, Roma parece não ter imposto os seus deuses e práticas religiosas ás populações locais o que terá permitido uma certa tolerância ás crenças indígenas,que fez com que se desenvolvessem, de forma natural, fenómenos de aculturação, embora nos meios rurais, nas zonas mais afastadas dos grandes centros urbanos, os fenómenos de aculturação tivessem tido ritmos mais lentos o que favoreceu a permanência dos cultos indígenas e quase nenhuma influência romana nestas áreas.

Outras fontes importantes foram os autores greco-romanos que registaram algumas lendas como a do rei Luso fundador da Lusitânia , a lenda da fundação de Olissipo por Ulisses , ou a presença de nereidas e tritões na margem do rio Tejo.

A tolerância religiosa, irá deixar de existir ainda durante o Império Romano. Os cultos pagãos acabaram por ser proibidos motivados por interesses de ordem político-religiososa por parte do clero cristão a partir do momento em que o Império Romano assumiu o cristianismo como sua religião.

No contacto ente o paganismo e o cristianismo supõe-se que haja indícios de ter havido em alguns casos uma sobreposição de cultos, nomeadamente no culto à deusa Atégina que parece ter sido substituído pelo culto a Santa Eulália de Mérida, perseguida no período de Deocleciano, pela similitude dos epitáfios dedicados a ambas. 

No século VI é evidente a existência de deidades pagãs «uns adoravam o sol, outros a lua ou as estrelas, outros o fogo, outros a água profunda ou os mananciais, acreditando que todas estas coisas não tinham sido criadas por Deus para uso dos homens, mas que tendo nascido por si mesmas eram deuses».

Diversos mitos e lendas foram criados durante a época histórica da criação da nacionalidade e a sua elaboração foi ganhando contornos mais elaborados ao longo das gerações.

Os mitos portugueses integram diversos tipos de narrativas, que nos revelam os aspectos da imaginação nacional portuguesa concentrada em torno do ciclo da da vida e da morte e das forças da natureza, com origem em diversas fontes:

O corpus mítico português contínua a constituir-se e densificar-se. Desde o século XIX que importantes contribuições foram feitas na recolha de contos, lendas e folclore.


FONTE-WIKIPEDIA

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...